Foto: Arquivo Pessoal
Maysa Ruy Andrade, 20 anos, foi morta na madrugada do dia 21 de abril, no interior de Agudo
Um homem, de 41 anos, suspeito de matar com um tiro Maysa Ruy Andrade, 20 anos, na madrugada de 21 de abril na localidade de Rincão do Mosquito, em Agudo, foi preso preventivamente em Tramandaí, no litoral norte do Estado. Segundo a investigação, o acusado era o próprio namorado da vítima. Ele é investigado por feminicídio.
O Poder Judiciário acatou o pedido da prisão feito pela Polícia Civil em 6 de junho. Ele estava foragido e foi detido pela Brigada Militar depois de ser flagrado com uma arma. A polícia não divulgou o nome do suspeito.
Apesar de a prisão ter ocorrido há quase um mês, somente nesta quinta-feira (4) a Polícia Civil divulgou o resultado das investigações. Inicialmente registrado como homicídio, as investigações revelaram que o crime foi motivado pela condição da vítima ser mulher, o que caracteriza feminicídio no contexto de violência doméstica e familiar. O crime também foi qualificado pelo uso de recurso que dificultou a defesa da vítima.
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A investigação apontou que a motivação do crime foi passional, já que o homem tinha comportamento abusivo, ciumento e possessivo em relação a Maysa.
O suspeito, que possui antecedentes criminais por quatro tentativas de homicídio, um homicídio consumado, roubo, porte irregular de arma de uso restrito, receptação, tráfico de drogas, e associação criminosa, principalmente nas cidades de Tupanciretã e Júlio de Castilhos, foi indiciado por feminicídio e ocultação de cadáver.
O Ministério Público denunciou o homem à Justiça pelos mesmos crimes, e a denúncia foi recebida pelo Poder Judiciário de Agudo.
O Crime
Maysa foi encontrada morta por um morador por volta das 7h do dia 21 de abril, com ferimento de tiro na cabeça. Dois cães, que seriam da vítima, também foram localizados junto ao corpo e encaminhados para uma ONG protetora de animais. Imagens de câmeras de segurança da região registraram que, por volta das 5h30min, um veículo passou pelo local. Maysa foi sepultada na tarde de 24 de abril no Cemitério Ecumênico Municipal de Santa Maria.
Análise inicial não indicava feminicídio
Em maio, o governo do Estado anunciou que, pela primeira vez na história, o Rio Grande do Sul não havia registrado casos de feminicídio em um mês, referindo-se a abril. No entanto, essa informação não se concretizou, e o inquérito da Polícia Civil mostrou o contrário, revelando que houve um caso de feminicídio naquele mês.
Em reportagem publicada em 31 de maio, o Bei questionou a Secretaria de Segurança Pública (SSP) sobre o dado. A resposta da secretaria, na ocasião, foi de que o inquérito policial seguia em andamento, com diligências a serem concluídas. "Por essa razão, ainda consta como homicídio. Caso a autoridade policial entenda se tratar de feminicídio, fará o indiciamento como tal quando da conclusão do procedimento”, informou a pasta, em nota.
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